Em meio a um cenário global incerto influenciado por instabilidades político-econômicas e mudanças comportamentais profundas, um fator vem se destacando como vetor de transformação: a Inteligência Artificial (IA). Não por acaso, ela tem sido apontada como a grande virada tecnológica que promete mudar a forma como vivemos e fazemos negócios, como apontado recentemente por Bill Gates. A grande dúvida atual não é se a IA vai revolucionar nosso mercado ou não, mas sim como isso vai acontecer.
A sensação de falta de clareza é generalizada. Muitos líderes enxergam o potencial da IA, mas ainda não conseguem visualizar, na prática, como essa transformação vai se concretizar. Em parte isso se deve à própria velocidade de transformação dessa indústria – vide o que vimos no recente episódio da Deepseek…
IA como novo Excel
Na prática, estamos diante de uma nova infraestrutura de trabalho. Assim como o Excel, nas décadas de 1990 e 2000, mudou para sempre a forma como as empresas tomavam decisões, a IA deve assumir esse papel nas próximas décadas. O planejamento de sortimento, políticas de preço, gestão de estoque e previsão de demanda terão como base ferramentas suportadas por IA.
Antes da digitalização, era comum que varejistas tomassem decisões com base em análises pontuais e intuitivas. Imagine tomar a decisão de um sortimento sem Excel? Com as ferramentas atuais, já temos um grau maior de previsibilidade, e a IA deverá elevar as tomadas de decisão para um novo patamar: além de prever, vamos simular, testar e aprender continuamente.
O desafio é começar
Apesar de toda essa potência, ainda são poucas as empresas que incorporaram IA de forma estruturada em suas rotinas. Muitas estão presas ao hype da IA generativa, enquanto outras ainda não encontraram uma aplicação que justifique o investimento.
Como reforçado pela Azita Martin, VP de Varejo da Nvidia, em sua palestra na NFR 2025, maior evento de consumo e varejo do mundo, o segredo está em escolher um problema real do negócio, definir KPIs claros de sucesso e começar. Ajustar ao longo do caminho faz parte do processo, mas o importante é se mover. Nas palavras dela, assim como aconteceu com o e-commerce, quem sair na frente terá vantagem competitiva difícil de ser alcançada depois.
Fonte: https://mercadoeconsumo.com.br/artigos